sexta-feira, 23 de setembro de 2016 | Autor:

Concluindo que é mesmo imprescindível não preservar mais o status de casal, será que é necessário terminar um relacionamento? Não seria mais civilizado evoluir o relacionamento, transmutando-o em uma forma mais sutil, talvez uma oitava acima?
Romper com uma pessoa, com quem compartilhamos tantos momentos de felicidade, tantas alegrias, tantos carinhos, é um ato de violência que desencadeia sofrimento atroz e sentimento de perda para ambas as partes. Então, por que perpetrá-lo?
Já que estamos repensando o relacionamento, para evoluir como pessoas, por que não repensarmos também o momento em que esse mesmo relacionamento precisa de um tempo, ou de uma reciclagem?
Entendo que as pessoas não devam afastar-se, privar-se do convívio de quem lhes deu tanto, apenas por estar numa outra etapa da sua evolução, da sua vida, ou da sua sexualidade. Devemos, sim, preservar esse relacionamento que agora extrapolou os limites da relação homem-mulher e alcançou patamares excelsos de dois seres que são mais do que casal, mais do que amigos, mais do que irmãos.
É fundamental que, ao concluir uma etapa do relacionamento e galgar uma outra, haja muita elegância e consideração.
Ao invés do papelão que tanta gente faz ao se separar, discutindo, agredindo, insultando, que no lugar disso, os dois possam oferecer uma atitude de generosidade, da qual não se arrependerão jamais. Das ceninhas de mesquinharia, certamente, você se envergonharia para sempre.

terça-feira, 13 de agosto de 2013 | Autor:

 

 

 

Casamento deveria ser um dueto, não um duelo.

DeRose

Quase todo o mundo adquire, já na infância, uma fixação cultural pela instituição do casamento. Assim, mais cedo ou mais tarde, a maior parte das pessoas acaba se casando, seja formal ou informalmente.

Ainda quando um não quer, o outro acaba conseguindo. Há um pensamento que diz que “quando um não quer, dois não brigam”. Contudo, há um outro que sentencia: “mas quando um quer…”

O mesmo aplica-se ao casamento. Quase sempre é o homem que não quer maiores compromissos, porém, as mulheres movem montanhas para conseguir o que desejam. Claro que há exceções dos dois lados, no entanto, você não vê homens declarando publicamente “Ah! O meu ideal de vida é casar e ter filhos”. Será que isso se deve a causas culturais? Será biológico? Não importa. O fato é que esse comportamento é observado.

A desculpa de que elas fazem-no para não ficar sozinhas não convence ninguém, já que a solidão a dois é a pior. No filme Um caminho para dois (Two for the road), o jovem Albert Finney pergunta à adolescente Audrey Hepburn: “Por que pessoas casadas não conversam uma com a outra?”. Trata-se de uma comédia romântica muito bem feita, que documenta três fases na vida de um casal. A primeira, quando ainda jovens, namorando. A segunda, quando casados há pouco tempo. A terceira, quando já o casamento tinha uns bons anos. Pareciam três histórias distintas, protagonizadas por três casais diferentes. Depois, o diretor do filme embaralhou as cenas e editou tudo alternadamente. O resultado foi um portento da filmografia e da psicologia do matrimônio. Todo o mundo deveria assistir a esse documento antes (ou mesmo depois) de fazer besteira.

Então, por que as pessoas se casam? Por lavagem cerebral[1]. Afinal, nem cogitam se há outra opção de relacionamento fora daquele modelo único que a sociedade vigente nos impõe.

Não deveríamos casar-nos? Como seria o mundo, a sociedade, a família? Um caos! Há quem opine que o melhor é não casar, mas não conseguimos escapar dessa maravilhosa e, ao mesmo tempo, aterradora experiência. Por isso, os anglo-saxões, que sabidamente têm o estômago fraco, muitas vezes, “passam mal” nas cenas dos filmes quando está chegando a hora do enlace.

Você já notou que quando está acasalado (de acasalar = formar casal), mesmo num simples namoro, os amigos não o convidam tanto para sair? É como se afastassem-se polidamente para “não atrapalhar”. Fora isso, ainda há um bom número de casais que se fecham em copas e passam a declinar os convites dos amigos – convites esses que já não são tantos. O resultado disso é que o casal vai-se isolando por vontade própria e/ou vai sendo isolado por discrição dos demais.

No entanto, quando você se descasa ou fica sem parceiro(a) os amigos, muitas vezes, retornam e começam a convidá-lo outra vez. Parece, portanto, que há uma conspiração para que os casais fiquem sós, a saturar-se um ao outro com um excesso de invasão do espaço vital[2]. Isso acaba resultando mal.

O que fazer? Descasar-se? Jamais, se for possível evitar! O desgaste de um final de relacionamento, mais ainda de um casamento, compensa qualquer esforço para evitar o rompimento. Então, o quê? Bem, podemos repensar o modelo de relacionamento.

Por outro lado, se for mesmo necessário descasar-se, que isso seja feito na hora certa e da maneira certa.



[1]  “Hey! Teacher! Leave them kids alone!”

[2] Leia o capítulo A teoria do espaço vital, no livro Método de Boas Maneiras, deste autor.

domingo, 12 de junho de 2011 | Autor:

‎”Qual o problema de passar o dia 12 de junho sem namorado? Por acaso você passa o dia do índio com um índio e o dia da árvore com uma árvore?” Via Beno Bider .

Sugestão veemente: passe esse dia e essa noite com os seus amigos. E todos os demais dias e noites, cultivando as boas amizades que, em geral, duram mais do que os namoros e nos fazem verter menos lágrimas. Quem tem amigos não passa solidão e dá muitas risadas. Pense nisso antes de se fechar em copas com um apêndice amoroso. Jamais se afaste dos amigos, nem quando estiver passando por um surto de loucura passageira por alguém.

Aproveite o Dia dos Namorados para convidar os amigos para almoçar, para jantar, para ir ao cinema e para dormir juntos. Amigos de verdade são para essas coisas.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010 | Autor:

Uma resposta

Querida Amiga.

O seu problema é o de todos. Em 99,99% dos relacionamentos ocorre o mesmo. Eu tenho a convicção de que as pessoas seriam mais felizes e menos solitárias se não se envolvessem em relacionamentos rotulados. Não importa se é casamento, namoro ou outro rótulo que se lhe dê. Não havendo essa limitação, você preserva os amigos e cultiva sempre novas amizades. Quem tem um  relacionamento, está sozinho com a pessoa amada. Quem não se envolve sob um formato tradicional, está sempre rodeado de amigos e amigas para comer, para sair, para ir ao cinema, para viajar, para tudo. A culpa das dificuldades não é de ninguém. É da instituição do casamento.

Se, por um lado, eu aconselho que as pessoas não se enrabichem em um relacionamento, por outro lado, recomendo – já que fizeram a besteira – que se esforcem por manter esse relacionamento. Trocá-lo por outro seria trocar seis por meia dúzia. Sugiro que você espere um pouco, esfrie a cabeça e julgue sem emocionalidade se é possível salvar o relacionamento atual. Respire fundo.

Não obstante, tudo tem o seu timing, o seu momento mágico. Alguns casais se violentam até não poder mais e quando se separam, fazem-no odiando-se. O ideal que que no caso da inevitabilidade da separação, que vocês preservem o afeto, o respeito e admiração. Que a mudança de status não signifique uma separação, mas a conquista de uma grande amizade. Se daqui a um bom tempo você considerar que, por uma decisão madura e ponderada, é inevitável a mudança de status, aí, a decisão é sua.

Estou torcendo por você, mas também pelo seu companheiro. Pode me consultar sempre que precisar. Seu amigo, DeRose.