sábado, 2 de julho de 2016 | Autor:

Logo que inaugurei minha acanhada salinha de 30 metros quadrados, senti o gosto amargo das primeiras decepções. Eu achava que todos quantos praticavam Yôga eram pessoas especiais, de boa índole. Descobri que não era bem assim.
Alguns começaram a declarar que haviam sido meus professores. Eu deveria ter endossado a aldrabice deles. Hoje, vejo que isso não teria me custado nada… Mas vá dizer isso a um pós-adolescente! Fiquei indignado e neguei a farofada. Foi um grande erro. Se eu dissesse que sim, que era verdade, que tudo o que sabia eu devia a cada um daqueles que se declaravam meus mestres, eles talvez tivessem ficado satisfeitos em seus orgulhos e tivessem me deixado em paz. Na minha imaturidade, eu não sabia que um pouco de humildade faria uma diferença tão grande neste samba-enredo…
Com a experiência de vida que tenho hoje, eu teria ido agradecer a cada um deles pelos conhecimentos adquiridos. Hoje, eu o faria com um sorriso complacente na alma, sabendo que estaria apenas acariciando seus egos. Mas na época isso para mim era apenas compactuar com as lorotas daqueles que nunca haviam me ensinado absolutamente nada, sabiam menos que eu e que até me consultavam com alguma frequência! Outros, eu nem sequer conhecia! Ao invés de divulgar isso, quiçá eu devesse tê-los visitado para conhecê-los e quem sabe devesse chamá-los de mestres, só por respeito à sua idade…
Por outro lado, talvez nada disso tivesse surtido resultado algum, pois quando as pessoas são invejosas e odeiam gratuitamente, por mais que você tente agradar, nada adianta.
A partir de 1964 passei a receber notícias cada vez mais agressivas dos professores da época. Todos tinham mais de 50 e eu apenas 20 anos. Todos conheciam pessoas influentes e já tinham traquejo na lida com as relações humanas. Frequentavam reuniões sociais, tomavam seu vinhozinho com políticos, magistrados e militares. Eu, ao contrário, vivia recluso, só meditando, lendo, praticando e ensinando Yôga. Não cativei nenhuma amizade importante que pudesse me defender. Achava isso tão fútil, tão hipócrita! Mas não podia avaliar as consequências dessa minha omissão.
Quando começaram a mover as primeiras campanhas de descrédito contra mim, só havia quem atacasse, não havia quem defendesse. E, como quem se dizia arquiopositor, naquela época, era um coronel, ninguém se atrevia a ir contra ele em plena ditadura militar que então vicejava por estas bandas. Enquanto que ir contra mim era muito cômodo. Eu era jovem, pobre e desapadrinhado. Desencadeou-se uma onda de boatos infundados e contraditórios entre si, que as pessoas geravam de bom grado para cair nas boas graças do dito militar. Depois, foi o efeito bola-de-neve. Pelos anos subsequentes tornaram-me um jovem anatematizado.

Assista mais sobre o assunto, ou acompanhe pelo podcast (também disponível no iTunes, clique aqui para acessar)

youtu.be/RHlmfXA9kQI

quinta-feira, 6 de setembro de 2012 | Autor:
Fofocas são como as plumas”

Oi Mestre! Primeiro obrigado por manter suas aulas às terças mesmo em um horário tarde e fora da sua rotina. É um prazer para nós!

Segundo, queria mostrar um trecho do filme “Dúvida”, lembrado pela aluna Karen Cury.

No filme, o padre sofre com calúnia e difamação. Ele interpreta os ensinamentos de outra maneira e é mais próximo e humano com seus “alunos”.

Na cena, está dando um sermão e menciona uma história interessante sobre fofoca. Nós não temos nada a ver com religião, muito menos com sermões, mas o conto é bem ilustrativo.

Abração!

Luiz Furtado.

 

http://www.youtube.com/watch?v=bkipYn71bOs