sábado, 6 de outubro de 2012 | Autor:

Enviado por André Bouchardet:

 

Veja este texto que recebi por e-mail. Achei-o bem divertido.

Redação feita por uma aluna do curso de Letras da UFMG que venceu um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática portuguesa:

 

“Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.

Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.

O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.

Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.

 

Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo. Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.

Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.

Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.

Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-à-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.

O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.”

Forte abraço.

André Bouchardet

Graduado
Unidade Asa Norte

sábado, 19 de maio de 2012 | Autor:

Enviado por Lucas Delalibera:

 

Bom dia, Meste.

Mensalmente, os corretores de seguros do estado de São Paulo recebem o JCS – Jornal dos Corretores de Seguros, publicado pelo SincorSP (Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo). Na edição de março de 2012 há um artigo muito útil a todos nós, escrito pela advogada Ana Paula Oriola De Raeffray.
Permita-me compartilhá-lo:

A união homoafetiva e os planos de previdência complementar.


A união entre pessoas do mesmo sexo é uma realidade em todo o mundo. O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união estável homoafetiva, em 2011, quando julgou a ADI nº 427. Já o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em fevereiro de 2010, julgou o Recurso Especial nº 1.026.981, com relatoria da Ministra Nancy Andrighi, no qual foi tratada a questão da união estável entre pessoas do mesmo sexo e o direito ao benefício da pensão por morte nos planos de previdência complementar. No primeiro parágrafo da ementa do acórdão proferido neste recurso está assim consignado: “Despida de normatividade, a união afetiva constituída entre pessoas do mesmo sexo tem batido às portas do Poder Judiciário ante a necessidade de tutela, circunstância que não pode ser ignorada, seja pelo legislador, seja pelo julgador, que devem estar preparados para atender às demandas seguidas de uma sociedade com estruturas de convívio cada vez mais complexas, a fim de albergar, na esfera da entidade familiar, os mais diversos arranjos vivenciais”.
O plano de previdência complementar, como qualquer contrato, não é alheio à realidade e às modificações observadas na sociedade. Tanto é que pode ser notada a sua nítida adaptação quando houve o reconhecimento da própria união estável entre homem e mulher. Em muitos planos de benefícios, anteriores à Constituição Federal de 1988, os beneficiários da pensão por morte porderiam ser, além dos filhos, apenas o cônjuge, ou seja, exigia-se o casamento. A evolução das relações sociais determinou que passasse a figurar como beneficiário o companheiro ou a companheira, reconhecendo-se, assim, a união estável entre homem e mulher.
Da mesma forma, o contrato de previdência privada vem absorvendo a realidade social no que se refere à união estável entre pessoas do mesmo sexo, sendo que muitos planos, seguindo as diretivas do STF e do STJ, já vem adaptando as regras para pagamento da pensão por morte de forma a que figure dentre os beneficiários o companheiro do mesmo sexo.
É evidente, todavia, que as formalidades previstas no contrato de previdência privada para a concessão do benefício terão que ser observadas. A primeira delas é a de que haja a indicação pelo participante de seu companheiro do mesmo sexo como beneficiário, seguindo-se da comprovação de que ambos conviviam em união estável, o que pode se dar mediante a apresentação de pacto de união estável particular ou público.
Estas formalidades do contrato de previdência privada visam trazer a segurança para a relação jurídica, respeitando-se a vontade do participante e não inibir a concessão do benefício, haja vista que, nesta espécie contratual, a pessoa pode decidir sobre a forma de pagamento do seu benefício em caso de morte dentro das hipóteses regulamentares e legais.
O próprio STJ na decisão acima citada reconhece que a união entre pessoas do mesmo sexo precisa ser comprovada para que haja o correto pagamento do benefício da pensão por morte.

Espero ter contribuído! Um abraço.

sexta-feira, 10 de junho de 2011 | Autor:

Mestrão,

Acabei de ler um artigo de um ex-colunista da Veja, o Stephen Kanitz.

O título do texto é “A coragem de cobrar caro” e retrata algo que nós, na Rede, já fazemos.

Veja o excerto e, se interessar, o artigo inteiro no link abaixo:

Eu sei que é difícil cobrar mais caro, mas alguém tem de dar o exemplo, mostrar aos outros profissionais o caminho da excelência, implantar novos padrões, como pontualidade, por exemplo. Você será o guru da nova geração, e a inveja que terão de seu novo preço fará com que eles passem a copiá-lo. E, à medida que seus colegas se aprimorarem, sua vantagem competitiva desaparecerá e você terá de reduzir o preço novamente ou então melhorar ainda mais seus serviços.

do site http://www.kanitz.com.br/veja/remuneracao_profissional.asp

Que tal? Não é semelhante a história do Método?
Acho importante que todos os profissionais, de todas as mais variadas carreiras, leiam o artigo para entender como funciona a lógica humana. Desta forma, usando esse conhecimento para crescimento da sociedade e, como consequência, pessoal.

É sempre assim. O Homo sapiens sapiens melhora sua técnica, transcendendo antigos paradigmas (e criando novos), estabiliza-se e então:
ou deixa de crescer;ou percebe que entrou na zona de conforto (protegida pelos novos paradigmas) e desponta ainda mais para esgarçar os limites da perfeição, criando algo novo e agregando ainda mais valor à sociedade.

Veja que vai de acordo com uma das qualidades necessárias para ser um profissional de sucesso: excelência técnica, sempre.

Saudações mais que fortes e super-mega-hiper-ultra (hehe) abraços!

Lauro Valente, chêla.
http://www.DeRoseCentroCivico.org

ps.: Mestre, já me matriculei e farei o pré-exame neste final de semana! hehe. Posto novidades mais para frente.

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Olá Mestre,

Aproveitando o assunto “excelência”, como sugestão da minha querida instrutora Fê Monteforte, gostaria de comentar sobre o último livro que li, Personal Branding – Construindo Sua Marca Pessoal, obra do publicitário e grande especialista em marcas Arthur Bender. Ao explicar a diferença entre as estrelas de um segmento, ou seja, dos melhores em uma determinada atividade, e os medianos, me fez pensar imediatamente nos motivos pelos quais escolhi como meu método de aperfeiçoamento pessoal o Método DeRose, no que se refere ao profissionalismo dos instrutores e professores. Gostaria de transcrever aqui a passagem que se encaixa perfeitamente na descrição da forma de trabalho dos profissionais da Rede, da Unidade São Bernardo sem dúvidas, com quem já convivo há quase dez anos :

“’…é clara a diferença de atitude entre os medianos e as estrelas do segmento. As estrelas capitalizam cada espaço que conseguem e transformam isso em momentos geradores de experiências valiosas com sua marca pessoal – momentos de aprendizado e momentos em que dão um pouco mais de brilho à sua imagem pessoal.

“As estrelas passam o dia todo cavando oportunidades de ir mais à frente, aprender um pouco mais, exercitar um pouco mais, crescer um pouco mais. São inconformadas com o ritmo natural das coisas. Investem o tempo no aproveitamento dos espaços deixados pela concorrência.

“Os medianos, ao contrário, fogem do trabalho de ocupar espaços vazios. As estrelas buscam sempre estar um passo à frente das necessidades do seu setor. Quando os médios chegam lá, elas já estão muito à frente. Pensam como empresas, fazendo investimento de tempo, energia, aprendizado e experiências para colher a longo prazo.

“As estrelas são pró-ativas e estão sempre disponíveis para fazer alguma coisa, por elas e pelos outros. São os que puxam o grupo, dão ideias, estão sempre prontos para ficar mais uma hora, para fazer mais coisas além do previsto. São geradores de novos projetos, de novos programas.

“… as estrelas ignoram as regras não escritas, enfrentam a crítica de muitos, quebram paradigmas e fazem.”

Tenho muito orgulho de trocar experiências e aprender muito com estes profissionais, que sem dúvidas são as estrelas nesta área!

Renata de Souza
graduada
Unidade São Bernardo

 

domingo, 5 de junho de 2011 | Autor:

Caro Maestro, envio-lhe o novo artigo que escrevi para uma conceituada revista de Roma, desta vez sobre o trabalho de gestão emocional feito pelo Método De Rose e com a foto do Instr. Mauro Bexiga. Em breve receberá a revista na Jaú.
Um mahá abraço!

Clique na imagem para ampliá-la.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011 | Autor:

Nosso colega Marco Santos oferece o importante serviço de revisão de português, incluindo, obviamente, a nova ortografia sobre a qual tanta gente ainda nutre dúvidas. A revisão de português é passo indispensável antes de levar a público um trabalho qualquer de redação, seja ele um livro, uma monografia ou um simples artigo no blog. Se você não domina a melhor língua literária do mundo, peça ajuda profissional. O que não é admissível é levar aos outros uma confissão da nossa incapacidade de escrever a própria língua. Um texto que contenha erros crassos destrói o conceito de quem o redigiu.

Mas e a Comissão de Revisão?

O que não podemos é quebrar a linha de revisões com a comissão que está sendo treinada por mim para revisar os livros escritos pelos nossos autores. Essa comissão é formada por instrutores que estão na mesma cidade que eu, para podermos nos reunir todos, com os originais do livro à nossa frente, a fim de discutir a respeito dele. Sendo respeitados os dez revisores (o monitor, os que já publicaram livros e os que fazem parte da comissão de revisão final) não há nenhum impedimento de que se faça mais uma revisão, prévia, de português.

Se você quiser entrar em contato com o colega, utilize o e-mail abaixo:

Marco Santos

marcosantos.eu
[email protected]

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Querido Mestre,

muito obrigado pela divulgação.

Deixo também ficar o meu email do Método: [email protected]

Beijo no coração.


Método DeRose Campo Alegre | Porto | Portugal

 


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011 | Autor:

Os Estatutos do Homem – Ato Institucional Permanente (Thiago de Mello)

Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.

(Santiago do Chile, abril de 1964 dedicado a Carlos Heitor Cony)

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Eu adicionaria a este manifesto: “Fica decretado que humanos não mais se autodeclararão superiores aos outros animais, já que são iguais em sua capacidade de sofrimento, e nem senhores da Natureza, mas parte dela…” .
Um ótimo dia, um abraço forte e meu agradecimento sem fim!
Juliana (Unidade Granja Viana)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010 | Autor:

Mestre, como no site deu um erro e disse que o arquivo nao tinha ido, estou enviando novamente!

Gustavo Cardoso – London

Clique na imagem para ampliá-la.