quarta-feira, 20 de março de 2013 | Autor:

Oi Mestre :)

Vim compartilhar esse vídeo com você e com os leitores do blog. Não sei se já viram, mas sempre vale rever! Me lembra como é importante ensinar pelo exemplo ao invés de dar sermão. Vamos inspirar pessoas para o bem!

http://www.youtube.com/watch?v=ID0kgP9IVhs

Muitos beijos,
Camila Grinsztejn
Unidade Copacabana – Rio

domingo, 30 de dezembro de 2012 | Autor:

Um bom exemplo de praticante do Método DeRose, na área de conceitos, é a ação efetiva para transformar o mundo através da civilidade (podemos chamar de boas ações ou até de boas maneiras).

Todos os dias vamos computar quantas ações louváveis protagonizamos.

Três vezes três

três é um dos números reverenciados nas nossas raízes hindus. Vamos, então, fazer nossa contagem a partir dele.

Se você realizar hoje menos de três boas ações, considere este como um dia de chumbo.

Se realizar três ações de boas maneiras, este foi um dia de bronze.

Com duas-vezes-três ações meritórias, seu dia terá sido de prata.

Conquistando três-vezes-três ações de civilidade, comemore um dia de ouro.

Mas se conseguiu realizar mais de três-vezes-três ações, você é o nosso herói e o seu dia foi de diamante!

Que ações poderiam ser essas?

Efetue uma doação a alguma instituição de assistência social séria.

Participe como voluntário em alguma campanha filantrópica.

Envolva-se de corpo e alma com as campanhas da Defesa Civil da sua cidade.

Dê comida a quem tem fome.

Dê um agasalho a quem tem frio.

Dê um sorriso, uma atenção, um afeto a quem esteja precisando disso tanto quanto o que tem fome e o que tem frio.

Salve um cão abandonado.

Regue as flores do jardim do seu vizinho, desinteressadamente.

Pare o carro a fim de dar passagem a um pedestre que esteja querendo atravessar a rua, mesmo fora da faixa.

Socorra um desconhecido que esteja caído na calçada tendo um ataque epilético.

Dê flores a um amigo.

Não se abale quando outro motorista for mal educado, der uma fechada ou mesmo bater no seu carro.

Peça desculpas, mesmo quando tiver a certeza de que está com a razão.

Trate bem um mendigo que venha pedir dinheiro.

Telefone para um amigo, colega ou parente, só para perguntar como vai.

Converse amenidades com um desconhecido no supermercado ou no shopping center.

Dê a mão a uma senhora para sair do carro.

Ofereça-se para ajudar a carregar as compras ao vizinho no prédio em que mora ou ao desconhecido no estacionamento.

Carregue a bolsa pesada da sua amiga.

Ouça o desabafo de quem precise falar sobre um problema.

Jogue no lixo algo que alguém tiver deixado cair fora da lixeira.

Acaricie um cão.

Elogie o filho de alguém.

Dê os parabéns a um colega ou concorrente por uma conquista ou por um projeto vitorioso.

Dê uma gorjeta mais substancial do que o mínimo de praxe.

Agradeça pelo serviço e elogie a atuação do garçom ou de outro profissional.

Diga “você está com a razão”.

Sorria para as pessoas no clube, nas lojas, na sua empresa.

Trate com cortesia o seu porteiro, a sua auxiliar de limpeza e todo o pessoal subalterno.

Recicle.

Dê informações, auxilie, oriente (na empresa, no trânsito, na faculdade).

Converse com os funcionários que o atendem.

Escute as reivindicações do cônjuge (esposa ou maridão). E atenda-as.

Diga obrigado e sorria para alguém na rua, no trânsito, nas compras.

Responda com gentileza a um vizinho irritado.

Acalme um colega, um familiar ou um amigo quando ele estiver zangado com você.

Não insulte a quem bem que merecia.

Quando não precisar de algum objeto ou roupa não o guarde nem o jogue fora: procure quem esteja precisando e faça-lhe presente. O que não presta para um pode ser uma bênção para outro.

Dê uma informação útil a alguém.

 

ISTO É O MÉTODO DeROSE EM AÇÃO EFETIVA!

ESTES SÃO ALGUNS EXEMPLOS DOS NOSSOS CONCEITOS E VALORES.

 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012 | Autor:

Já vi muita gente declarando: “Fulano não serve para ser meu amigo. Vou lhe dizer umas poucas e boas.”

A sabedoria popular diz que mexer no que não cheira bem só faz piorar o odor. Se o Fulano em questão realmente não serve como amigo, o melhor é tomar uma medida amenizadora do mal-estar ou do mal-entendido surgido e, depois, promover um afastamento cordial.

A vida me ensinou que uma pessoa que não sirva para se conviver, alguém em quem não se possa confiar, é também uma pessoa com quem devemos evitar confusão.

O que é que você ganha discutindo com alguém? Algumas pessoas fazem isso porque andaram assistindo novela e aprenderam a “não levar desaforo para casa”. Algumas dessas pessoas nem mesmo sabem conduzir um relacionamento de amizade ou conjugal sem estar todo o tempo a contender, como se a existência devesse consistir em um incessante defender-se dos outros e proteger seu território. Isso caracteriza nível educacional muito baixo. Pessoas educadas e elegantes não utilizam esse paradigma.

Quem se melindra e briga por tudo e por nada, é portador de complexo de inferioridade. Se você não é um complexado, não precisa responder a uma agressão com outra agressão.

Agora considere: quem parte para um bate-boca não pode ser uma pessoa fina. Geralmente, tem pouco a perder. Não é o seu caso. Tornar-se inimigo de uma pessoa ralé pode lhe custar dissabores futuros, ao longo de toda a sua vida. O que fazer então? Deixar o inconveniente azucrinar a sua existência? Jamais! Quem não serve para ser seu amigo deve ser afastado com arte. Dependendo do tipo de relacionamento que vocês mantiveram, promova um distanciamento progressivo e, volta e meia, você tempera com uma cortesia. Por outro lado, recuse gentilmente os convites para o estreitamento da convivência, mediante justificativas aceitáveis.

O que você não deve fazer é partir para a briga, ou insultar, ou prejudicar a quem quer que seja. A maior parte das pessoas que trabalharam comigo e que eu precisei exonerar continua minha amiga. A maior parte das minhas ex-esposas continua mantendo boas relações comigo. As pessoas com quem não consegui preservar o distanciamento cordial e que hoje não gostam de mim, considero que, com essas, fracassei. Falha minha. Felizmente, foram poucas.

Isso de “ter que conversar” só funciona quando as pessoas são de fato amigas ou muito inteligentes, o que não constitui a média da humanidade! Nem com marido e mulher essa coisa de sentar para conversar funciona muito bem. Cada qual fica na defensiva e sai briga. Isso só funciona para os terapeutas, cuja profissão é o diálogo. É muito melhor adotar a tática da gentileza e do carinho quando não for o caso da necessidade de afastamento.

Leia mais »

sábado, 14 de abril de 2012 | Autor:

Um bom exemplo de praticante do Método DeRose, na área de conceitos, é a ação efetiva para transformar o mundo através da civilidade (podemos chamar de boas ações ou até de boas maneiras).

Todos os dias vamos computar quantas ações louváveis protagonizamos.

Três vezes três

O três é um dos números reverenciados nas nossas raízes hindus. Vamos, então, fazer nossa contagem a partir dele.
Leia mais »

quinta-feira, 1 de março de 2012 | Autor:

Na verdade, tem. Se alguém declarar que a palavra Yôga (Yoga) não tem acento, peça-lhe para mostrar como se escreve o ô-ki-matra (ô-ki-matra é um termo hindi utilizado atualmente na Índia para sinalizar a sílaba forte). Depois, peça-lhe para indicar onde o ô-ki-matra aparece na palavra Yôga (Yoga) [ele aparece logo depois da letra y]. Em seguida, pergunte-lhe o que significa o termo ô-ki-matra. Ele deverá responder que ô-ki-matra traduz-se como “acento do o”. Então, mais uma vez, provado está que a palavra Yôga (Yoga) tem acento.

O acento no sânscrito transliterado deve aparecer sempre que no original, em alfabeto dêvanágarí, houver uma letra longa. A letra longa, via de regra, é representada por um traço vertical a mais, logo após a sílaba que deve ser alongada. Para indicar isso em alfabeto latino, na convenção que adotamos usa-se acento agudo quando tratar-se dos fonemas a, i, u; ou circunflexo quando for o ou e.

O acento circunflexo na palavra Yôga (Yoga) é tão importante que mesmo em livros publicados em inglês e castelhano, línguas que não possuem o circunflexo, ele é usado para grafar este vocábulo.

Bibliografia para o idioma espanhol:

  • Léxico de Filosofía Hindú, de Kastberger, Editorial Kier, Buenos Aires.

Bibliografia para o idioma inglês:

  • Pátañjali Aphorisms of Yôga (Yoga), de Srí Purôhit Swámi, Faber and Faber, Londres.
  • Encyclopædia Britannica, no verbete Sanskrit language and literature, volume XIX, edição de 1954.

Bibliografia para o idioma português:

  • Poema do Senhor (Bhagavad Gítá), de Vyasa, Editora Assírio e Alvim, Lisboa.

A convenção que utilizo
para transliteração do sânscrito

Minha convenção para a transliteração do sânscrito é mais lógica e mais prática para o uso na nossa profissão. Portanto, não vou abrir mão de uma convenção melhor só porque existe uma outra, acadêmica, que não nos satisfaz.

Esta não é uma convenção acadêmica. É a convenção que eu adotei. Querer discutir ou comparar a minha convenção com a convenção acadêmica é o mesmo que querer somar elefantes com tangerinas.

A linguagem acadêmica de um advogado (o advoguês) ou de um economista (o economês) pode ser muito boa dentro do círculo acadêmico, mas para uso fora da profissão mostra-se inadequada, incompreensível e, em alguns casos, até caricata.

Da mesma forma, a transliteração acadêmica do sânscrito pode ser muito boa no ambiente acadêmico, mas não fora dele, por exemplo, quando determina usar o ç para escrever a o nome de Shiva (Çiva). Ora, o som do primeiro fonema é levemente chiado. O leitor que não tenha sido informado que para a transliteração acadêmica çi tem o som aproximado de shi, instintivamente pronunciará errado e dirá “ssiva” Na escrita que aprendi na Índia, o sh sugere a pronúncia correta mesmo para leigos em sânscrito. Além do mais, utilizar o ç para escrever o nome de Shiva agride não apenas uma, mas duas regras da nossa língua. Em português, não se usa ç antes de i; e não se aplica ç no início de palavras.

Outro exemplo contundente é quando a transliteração acadêmica impõe grafar Yôga (Yoga)  com i. No curso de sânscrito que tive o privilégio de fazer em 1976 com um ilustre professor da USP – Universidade de São Paulo, um dia perguntei por que eu deveria transliterar “ioga”, se a letra y é diferente da letra i, tem outro formato e outro som, e está claramente indicada na palavra Yôga (Yoga)? Pior: quando eu transliterasse “Layá Ioga”, por que eu deveria respeitar a exatidão ao transliterar o y de Layá, mas deveria não respeitar essa exatidão ao substituir o y de Yôga (Yoga)  por uma letra i?

Meu ex-professor, por quem eu guardo muito carinho e profundo respeito, me esclareceu com toda a paciência. Disse-me que eu estava com a razão, mas que ele, como professor universitário, precisava obedecer à norma acadêmica, caso contrário poderia até perder o emprego. E que norma seria essa? “Termos sânscritos que já tenham sido dicionarizados, um professor universitário precisa transliterar da forma como constarem nos dicionários de português.”

Desculpe, mas isso não está certo. Respeito que os professores acadêmicos precisem se dobrar a essa norma, mas eu não preciso e não o farei. Até porque a palavra Yôga (Yoga)  aparece grafada com y em vários dicionários de português, como o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa; o Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora; a Enciclopédia Verbo; et reliqua, aceitam a grafia de Yôga (Yoga)  com y e no gênero masculino.

Muito interessante é observar que mesmo naquela época recuada na qual esta escritura hindu foi elaborada (mais ou menos no século sexto antes de Cristo), o texto da Gítá declara solenemente:

  1. que o Yôga (Yoga)  Antigo fora recebido por revelação pelos, assim chamados, “videntes reais”;
  2. que, após muito tempo, o Yôga (Yoga)  “proclamado antigamente” havia sido perdido. Imagine que no século VI a.C. ele já era considerado antigo e, mais, já havia sido perdido!

A que Yôga (Yoga)  o texto ancestral se referia? Obviamente, o Yôga (Yoga)  Pré-Clássico, pré-vêdico, pré-ariano, dravídico, que fora perdido com a ocupação ariana. Sabe-se que sua fundamentação era matriarcal e não-mística. Com a arianização, tornou-se patriarcal e, depois, mística. Logo, a estrutura original e antiga havia sido perdida, já nos tempos da elaboração da Bhagavad Gítá.

Palavra é mantra:
pronuncie corretamente com ô fechado

Pronunciar Yôga (Yoga)  (com ô fechado) é tão pedante
quanto pronunciar problema, para quem habitualmente diz “pobrema”.

Pronunciar um mantra erradamente pode desencadear forças desconhecidas com efeitos imprevisíveis. Recordemos o caso daquele professor de “yóga” do Rio de Janeiro (Vayuánanda, aliás, Carlos Ovídio Trota) que ensinava o bíjá mantra errado para o chakra do coração usava pam no lugar de yam e morreu de ataque cardíaco. Uma coincidência, certamente!

Se o mantra que designa esta filosofia de poder, saúde, amor e união, pronuncia-se Yôga (Yoga) , com ô fechado, quem pronunciar erradamente “a yóga”, com ó aberto, não conseguirá entrar em sintonia com o seu clichê arquivado no inconsciente coletivo ou registro akáshiko. Por isso, tais pessoas que pronunciam “a yóga” não conseguem poder, saúde, amor nem união, mas fraqueza, enfermidade, intolerância e desunião.

Quando os Mestres ancestrais determinaram o som mântrico Yôga (Yoga) , com ô fechado, para designar a nossa filosofia, eles sabiam muito bem o que estavam fazendo e a ninguém mais cabe a arrogância de achar que pode adulterar impunemente o nome do Yôga (Yoga) .

Muito da força que os mantras possuem deve-se ao conhecimento dos Mestres que souberam elaborá-lo numa alquimia de vibrações. Mas outro tanto do seu poder é adquirido com o passar dos séculos, cujo tempo impregna-o cada vez mais profundamente no inconsciente coletivo da humanidade. E, ainda, um outro tanto é gerado pela multiplicação quantitativa de pessoas que usam e veneram tais mantras, imantando-os com o poder dos seus próprios inconscientes individuais, prána, mente e ānima. No caso da palavra Yôga (Yoga) , com ô fechado, temos todos esses três fatores:

a) foi criado pelos Mestres ancestrais;

b) tem milhares de anos de antiguidade;

c) vem sendo utilizado e venerado por milhões de pessoas em cada geração, há milênios.

Tudo isso, porém, só se aplica à pronúncia correta do mantra Yôga (Yoga)  com ô fechado. Depois destas explicações, você ainda acha justificável o argumento evasivo de que “estamos no Brasil e aqui se fala a yóga“? Além do mais, essa premissa é falsa: no nosso país pronuncia-se o Yôga (Yoga) , sim senhor, numa percentagem bem elevada, especialmente entre os que mais entendem do assunto. E por estarmos no Brasil, acaso pronunciamos “Vachínguitom” o nome da capital dos Estados Unidos?

Não se trata de uma simples filigrana sem valor. Trata-se de um detalhe da mais alta importância, que utilizamos para separar o joio do trigo. Uma pessoa que entenda do assunto pronunciará o Yôga (Yoga) , enquanto que um ensinante sem boa formação pronunciará “a yóga“.

Por isso, quando alguém diz que está fazendo “yóga“, é exatamente isso o que está fazendo. Noutras palavras, não está praticando aquela filosofia que na antiguidade recebeu o nome de Yôga (Yoga)  e assim tem sido chamada durante milênios, no mundo inteiro.

Quem diz que faz ou ensina “yóga“, está se referindo a uma outra modalidade totalmente distinta, que teve origem no século vinte, aqui mesmo no Brasil. A “yóga” tem outra finalidade. Não pode ser confundida com o Yôga (Yoga) .

Ainda há aqueles que argumentam:

Yôga (Yoga) , yóga, tanto faz; com acento, sem acento, não faz diferença.

Quer dizer que não há diferença entre sábia, sabia e sabiá? Pois as diferenças entre uma pessoa sábia e um sabiá são as mesmas que existem entre o Yôga (Yoga)  e a “yóga“. Não sabia?

Quando pronunciamos corretamente os fonemas abertos ou fechados, isso estabelece distinções de significado. Veja, por exemplo, a frase: “Meu molho (mólho) de chaves caiu dentro do molho (môlho) de tomate.” Imaginou inverter para um “môlho” de chaves e um “mólho” de tomates? As chaves teriam que ser deixadas dentro da panela com água, e os tomates estariam em um feixe. Considere agora este outro exemplo: “Aquela menina travessa quebrou a travessa de comida.” E mais este: “Segure a fôrma desta forma.” Em todas as frases, a pronúncia, fechada em um vocábulo e aberta em outro de grafia idêntica, determina significados totalmente diferentes.

A grafia com Y

Quanto à escrita, o y e o i no sânscrito têm valores fonéticos, semânticos, ortográficos e vibratórios totalmente diferentes. O i é uma letra que não se usa antes de vogais, enquanto que o y é fluido e rápido para se associar harmoniosamente com a vogal seguinte. Tal fenômeno fonético pode ser ilustrado com a palavra eu, em espanhol (yo, que se pronuncia mais ou menos “”; em Buenos Aires “”) e em italiano (io, que se pronuncia “ío”). Mesmo as palavras sânscritas terminadas em i, frequentemente têm-na substituída pelo y se a palavra seguinte iniciar por vogal, a fim de obter fluidez na linguagem. Esse é o caso do termo ádi que, acompanhado da palavra ashtánga, fica ády ashtánga.

Vamos encontrar a palavra “ioga” sem o y no Dicionário Aurélio, com a justificativa de que o y “não existe” no português! Só que no mesmo dicionário constam as palavras baby, play-boy, playground, office-boy, spray, show, water polo, watt, wind surf, W.C., sweepstake, cow-boy, black-tie, black-out, back-ground, slack, sexy, bye-bye, railway, milady e muitas outras, respeitando a grafia original com k, w e y, letras que “não existem”. Por que será? Por que usar dois pesos e duas medidas? (Aliás, eu gostaria de saber para que queremos o termo railway! Não utilizamos estrada de ferro?). Palavras tão corriqueiras quanto baby, playboy etc., deveriam então, com muito mais razão, ter sido aportuguesadas para beibi e pleibói. Por que não o foram e “a ioga”, sim? E o que é que você, leitor, acha disso? Não lhe parece covardia dos linguistas perante seus patrões anglo-saxônicos?

É, no mínimo, curioso que o Dicionário Michaelis da língua portuguesa, registre as palavras yin e yang com y, ao mesmo tempo em que declara que o y não podia ser usado na palavra Yôga (Yoga) , porque “não existia na nossa língua”![1]

Pior: no Dicionário Houaiss encontra-se registrado até yacht (iate), yachting (iatismo), yanomami [do tupi-guarani], yen [do japonês], yeti [do nepalês], yom kippur [do hebraico], yama, yantra, yoni [do sânscrito], todos com y, mas o Yôga (Yoga) , não. Isso é uma arbitrariedade.

O próprio Governo do Brasil nunca admitiu que as letras y, k e w não existissem, pois sempre as colocou nas placas dos automóveis! Em Brasília, desde 1960, existe a Avenida W3 (W de West!!!). E se é o povo que faz a língua, nosso povo jamais aceitou que quilo fosse escrito sem k, como no resto do mundo, assim como recusa-se a acatar que a palavra Yôga (Yoga)  não seja grafada com y, como no país de origem (Índia) e nos países de onde recebemos nossa herança cultural (França, Espanha, Itália, Alemanha e Inglaterra). Basta fazer uma consulta popular para constatar que a vox populi manda grafar Yôga (Yoga)  com y.

Se tivéssemos que nos submeter à truculência do aportuguesamento compulsivo, deveríamos grafar assim o texto abaixo, de acordo com as normas atuais da nossa ortografia, palavras estas citadas pelo Prof. Luiz Antonio Sacconi, autor de vários livros sobre a nossa língua:

Declarar que a palavra ioga deve ser escrita com i por ter sido aportuguesada, está virando eslogã. Mas basta um flexe com uma amostragem de opinião pública para nos dar ideia do absurdo perpetrado. Podemos utilizar o nourrau de um frilâncer e entrar num trole para realizar a enquete. Perguntemos a um ripe, um panque, um estudante, um desportista e um empresário, como é que se escreve a palavra Yôga (Yoga) . Todos dirão que é com y . Isso não é um suipsteique. É muito mais um checape. Se, passado o râxi, você pedir uma píteça igual à que está no autedor, e ela vier sem muçarela e com excesso de quetechupe, não entre em estresse. A vida na jângal de uma megalópole tem que passar mesmo por um runimol de tensões. Por isso é que aconselhamos a prática de algum róbi, tal como jujutso, ioga ou mesmo a leitura de um bom livro cujo copirráite seja de autor confiável e o leiaute da capa sugira uma obra séria. Em último caso, ouvir um longuiplei em equipamento estéreo com uótes suficientes de saída. Se você não possuir tal equipamento, sempre poderá ir a um xópingue comprá-lo ou tentar um lísingue. Caso nada disso dê certo, console-se com um milque xeque e com a leitura de um livro brasileiro sobre o aportuguesamento de palavras estrangeiras. Garanto que você vai rir bastante e será um excelente márquetingue a favor da minha tese que reivindica a manutenção do y na palavra Yôga (Yoga) . (Texto composto seguindo rigorosamente o vocabulário corrigido de acordo com as normas de aportuguesamento vigentes em 1996.)

Se um tal texto não parece adequado, também não o é grafar Yôga (Yoga)  com i, nem colocá-lo no feminino (“a ioga“). Recordemos ainda a norma da língua: “os vocábulos estrangeiros devem ser pronunciados de acordo com seu idioma de origem”. Por isso watt virou uóte e não váte; e rush virou râxi e não rúxi. Demonstrado está que deve-se pronunciar o Yôga (Yoga)  com ô fechado, como na sua origem.

O Yôga (Yoga)  é termo masculino

Quanto ao aportuguesamento da palavra, isto é, passando a grafá-la com i e convertendo-a para o gênero feminino, não podemos ignorar a regra para o uso de estrangeirismos incorporados à nossa língua a qual manda preservar, sempre que possível, a pronúncia e o gênero do idioma de origem. Por exemplo: le chateau, resulta em português o chatô e não a xateáu, e la mousse resulta em português a musse, e não o musse.

Ao mudar o gênero, altera-se o sentido de muitas palavras que passam a significar coisas completamente diferentes. Por exemplo: a moral significa código de princípios e o moral refere-se a um estado de espírito, auto-estima, fibra; meu micro designa um equipamento e minha micro é um tipo de empresa. O mesmo ocorre com a capital e o capital; a papa e o Papa; etc. Portanto, aceitemos que no Brasil o Yôga (Yoga)  tem um significado diferente de “a yoga” ou, pior, “a ioga”.

Além do mais, declarar que Yôga (Yoga)  precisa ser feminino só por terminar com a, é uma desculpa esfarrapada, pois estamos cheios de exemplos de palavras masculinas de origem portuguesa ou incorporadas à nossa língua, e todas terminadas em a[2]. Duvida? Então lá vai:

o idiota, o canalha, o crápula, o pateta, o trouxa, o hipócrita, o careta, o facínora, o nazista, o fascista, o chauvinista, o sofisma, o anátema, o estigma, o tapa, o estratagema, o drama, o grama, o cisma, o crisma, o prisma, o tema, o trema, o samba, o bamba, o dilema, o sistema, o fonema, o esquema, o panorama, o clima, o puma, o profeta, o cosmopolita, o plasma, o mioma, o miasma, o fibroma, o diadema, o sósia, o soma, o telegrama, o telefonema, o cinema, o aroma, o altruísta, o homeopata, o sintoma, o careca, o carioca, o arataca, o capixaba, o caipira, o caiçara, o caipora, o coroa, o cara, o janota, o agiota, o planeta, o jornalista, o poeta, o ciclista, o judôca, o karatêca, o acrobata, o motorista, o atalaia, o sentinela, o pirata, o fantasma, o teorema, o problema… et cætera.

Para reforçar nosso argumento, invocamos o fato de que todos os cursos de formação de instrutores de Yôga (Yoga)  em todas as Universidades Federais, Estaduais e Católicas, onde ele vem sendo realizado desde a década de 70, a grafia adotada foi com y, o gênero foi o masculino e a pronúncia foi a universal, com ô fechado. Por recomendação da Confederação Nacional de Federações de Yôga (Yoga)  do Brasil, a partir de 1990 todos esses cursos passaram a adotar o acento circunflexo.

Adotamos o circunflexo pelo fato de o acento já existir na grafia original em alfabeto dêvanágarí.

No inglês não há acentos. Como foram os ingleses que primeiramente propuseram uma transliteração para o sânscrito, a prática de não acentuar essa língua universalizou-se. Tal limitação do idioma britânico não deve servir de pretexto para que continuemos em erro. Mesmo porque, na própria Inglaterra esse erro está começando a ser corrigido.

Sempre que no sânscrito o fonema for longo, já que no português dispomos de acentos para indicar o fenômeno fonético, devemos sinalizar isso, acentuando. Um excelente exemplo é o precedente do termo Judô. Em língua alguma ele tem acento. Nem mesmo em português de Portugal![3] Não obstante, no Brasil, tem. Assim, quando alguém quiser usar como argumento a suposição de que a palavra Yôga (Yoga)  não levaria acento em outras línguas, basta invocar o precedente da palavra Judô. Com a vantagem de que o dêvanágarí, ao contrário do japonês, é alfabeto fonético, logo, o acento é claramente indicado.

Esse acento é tão importante que mesmo em livros publicados em inglês e castelhano, línguas que não possuem o circunflexo, ele é usado na palavra Yôga (Yoga)  (vide Aphorisms of Yôga (Yoga) , de Srí Purôhit Swami, Editora Faber & Faber, de Londres; Léxico de Filosofía Hindú, de F. Kastberger, Editorial Kier, de Buenos Aires; a utilização do acento é ratificada pela Encyclopædia Britannica, no verbete Sanskrit language and literature, volume XIX, pag. 954, edição de 1954.).

Uma gravação ensinando a pronúncia correta

A fim de pôr termo na eterna discussão sobre a pronúncia correta dos vocábulos sânscritos, numa das viagens à Índia entrevistamos os Swámis Vibhodánanda e Turyánanda Saraswatí, em Rishikêsh, e o professor de sânscrito Dr. Muralitha, em Nova Delhi.

A entrevista com o Swámi Turyánanda foi muito interessante, uma vez que ele é natural de Goa, região da Índia que fala português e, assim, a conversação transcorreu de forma bem compreensível. E também pitoresca, pois Turyánandaji, além do sotaque característico e de ser bem idoso, misturava português, inglês, hindi e sânscrito em cada frase que pronunciava. Mesmo assim, não ficou confuso. É uma delícia ouvir o velhinho ficar indignado com a pronúncia “yóga”. Ao perguntar-lhe se isso estava certo, respondeu zangado:

– Yóga, não. Yóga não está certo. Yôga (Yoga) . Yôga (Yoga)  é que está certo.

Quanto ao Dr. Muralitha, este teve a gentileza de ensinar sob a forma de exercício fonético com repetição, todos os termos sânscritos constantes do glossário do nosso livro Tratado de Yôga (Yoga) . Confirmamos, então, que não se diz múdra e sim mudrá; não se diz kundalíni e sim kundaliní; não se diz AUM e sim ÔM, não se diz yóga e sim Yôga (Yoga) ; e muitas outras correções.

Recomendamos veementemente que o leitor escute e estude essa gravação. Se tratar-se de instrutor de Yôga (Yoga) , é aconselhável tê-la sempre à mão para documentar sua opinião e encurtar as discussões quando os indefectíveis sabichões quiserem impor seus disparates habituais.

 



[1] Com o novo acordo ortográfico, o y foi reintegrado à nossa língua. Quer apostar como vão conseguir uma desculpa para que o Yôga (Yoga)  continue desfigurado, escrito com i ?

[2] Algumas destas palavras podem ser usadas nos dois gêneros, pormenor que não invalida a força do exemplo.

[3] A falta do acento na palavra Judô (Judo) faz com que em Portugal seja pronunciada Júdo. Talvez devido a um fenômeno linguístico semelhante, alguns brasileiros pronunciem yóga, pela falta do circunflexo. No entanto, repetimos que o acento circunflexo não é utilizado para fechar a pronúncia e sim para indicar crase de vogais diferentes (a + u = ô).

domingo, 8 de janeiro de 2012 | Autor:

Enviado por Pablo:

httpv://www.youtube.com/watch?v=hYR11V-qcHQ

sábado, 5 de novembro de 2011 | Autor:

Olá Mestre,

Aqui está um excelente exemplo de gentileza.

http://youtu.be/0bq-fynmZyY

http://www.vilavelha.es.gov.br/Not%C3%ADcias/Geral/15111-agente-de-transito-de-vila-velha-e-homenageado-pelo-detran-es.html

Um abraço,

Miguel