segunda-feira, 26 de março de 2012 | Autor:

Karma negativo e karma positivo

Mal é o nome que se dá à semente do bem.
DeRose

 

No Ocidente, temos uma visão muito distorcida a respeito do karma. Pudera! Esse conceito não é nosso, originalmente. Com toda aquela carga de culpa e pecado que cerca a cultura cristã, é compreensível que interpretemos o karma como algo forçosamente ruim, algo que temos de pagar com sofrimento. O marido faz algo desagradável e a mulher retruca contrariada: “Você é o meu karma!”. Mas se numa outra ocasião o esposo traz flores, ela não diz, exultante: “Você é mesmo o meu karma!”. Isso porque, para o ocidental, karma está necessariamente associado a algo negativo. Na realidade, não é assim.

Não existe karma bom ou karma ruim, assim como não existe fogo bom ou fogo mau. Nós assim os classificamos conforme suas consequências imediatas sejam convenientes para nós ou não o sejam. Diversas vezes aquilo que chamamos de karma ruim é algo que está criando as bases de algo muito bom no futuro. É como alguém que passe fome ou seja muito perseguido e, na hora, considere isso um mau karma. No entanto, com o passar do tempo essas desditas geram uma têmpera mais forte, que virá a ser bem útil, por um tempo bastante maior. Outro exemplo: Fulano chegou tarde e perdeu o avião. Ficou revoltado com a própria falta de sorte e blasfemou: “Maldito karma, esse meu. Perdi o voo.” Em seguida, o avião explode diante do seu olhar atônito, e ele só consegue balbuciar: “Bendito karma. Perdi o voo e estou vivo”. Afinal, o karma que o teria feito perder a aeronave, seria bom ou ruim? Depende da ótica. Na maior parte das vezes, não vemos o avião explodir, por isso continuamos a supor que o karma tenha sido mau.

O exemplo acima, de certa forma, remete-nos à velha comparação que nos é ensinada pela sabedoria popular: uma garrafa com água até a metade é considerada pelo pessimista uma garrafa meio vazia e pelo otimista, uma garrafa meio cheia. No entanto, sua classificação é apenas uma questão de ótica. Assim é com o karma e assim é com a vida. Muitas vezes temos todos os motivos para ser felizes, mas preferimos considerar as razões que nos fariam infelizes.

 

A única forma de não gerar karma

A única maneira de não gerar karma é atingir o nirbíja samádhi, pois ele consiste em uma total identificação com o Absoluto. E o Absoluto não contrai karma. Até então, respirou, gerou karma. A grande equação é gerar somente o que consideramos “karma positivo”, aquele que produz resultados que nos agradem.

domingo, 25 de março de 2012 | Autor:

Karma

O Universo é polarizado:
se tem gente contra (–), é porque você é a favor (+).

DeRose

 

Karma provém da raiz sânscrita kr, agir, que deu origem aos termos karma (ação) e kriyá (atividade). Karma é uma lei natural, como a lei da gravidade. Essa é a visão que o Yôga mais antigo, de fundamentação Niríshwara-Sámkhya[1], tem do karma. A visão espiritualista surge mais tarde e é reforçada na mesma medida em que a filosofia Vêdánta torna-se mais popular, especialmente a partir do século VIII d.C. Posteriormente, o conceito de karma é importado pelo Ocidente e cristianizado, ou seja, é feita uma releitura com base nos princípios cristãos de culpa e pecado. Karma deixa de ser uma lei que está fora e além do bem e do mal, para tornar-se algo com conotação negativa, que se deve pagar com sofrimento.

Se conhecermos os mecanismos que regem o dharma e o karma, teremos quase total domínio sobre a nossa vida e o nosso destino. Aliás, podemos definir karma como um destino maleável, que modificamos a cada minuto em virtude das nossas ações, palavras e pensamentos. Estamos o tempo todo a tecer nosso futuro imediato e distante.

Cada ação (karma = ação) protagonizada gera inexoravelmente uma reação, ainda que a ação inicial tenha sido apenas palavra ou pensamento. Então, devemos tomar muito cuidado com o que dizemos e com o que pensamos, não por uma razão meramente moral, mas por saber que não haverá como furtar-nos à responsabilidade das consequências.

Este livro vai nos ensinar como manobrar a lei do karma a nosso favor para transformar a nossa vida para melhor, mas não conseguirá auxiliar aqueles que usam da ação mal intencionada, da palavra caluniosa ou do pensamento malicioso contra outro ser humano.


 Diferenças entre karma e dharma[2]

Por mais que se faça o bem
sempre se desagrada alguém.
DeRose

 

O ocidental costuma confundir karma com dharma, no entanto, trata-se de duas categorias de leis completamente diferentes. A própria palavra dharma significa, literalmente, lei. Refere-se a qualquer lei humana: lei jurídica, regulamento de um clube ou condomínio, norma religiosa etc. Inclusive, o termo dharma também pode ser usado, por extensão, com o significado de religião. Assim, dharma é uma lei humana e karma, uma lei universal. Dharma está sujeito ao tempo e ao espaço, enquanto karma está além do tempo e do espaço.

O dharma é uma lei moral, pois depende das normas de um determinado país, região, cidade, grupo cultural e de uma determinada época. Mudando o tempo ou mudando o lugar, as regras mudam. O dharma depende dos costumes (mores, em latim[3]).

Na década de 70, uma jovem brasileira recém-chegada da Europa, atreveu-se a fazer topless em Ipanema. Foi presa por atentado ao pudor. Mas era de família influente e processou o Governo. Ganhou a ação judicial. A família devia ser mesmo muito poderosa, pois isso ocorreu durante a ditadura de extrema direita, profundamente moralista. O fato é que uma lei foi criada por causa dela, permitindo que se praticasse o topless em Ipanema. A partir de então, os policiais que antes aplicavam a repressão, agora defenderiam contra eventuais agressões a quem desejasse tomar sol mais à vontade. Uma questão de datas. No entanto, se a jovem passasse inadvertidamente a divisa de Ipanema com Copacabana, o mesmo policial que a defenderia na outra praia, nesta, seria capaz de lhe dar ordem de prisão. Uma questão de lugar.

 

O swadharma

Swadharma significa “o seu próprio dharma”. Constitui uma espécie de agravante ou atenuante, aplicado a cada caso específico. Por exemplo, o dharma declara que é proibido matar, mas no caso de um militar defendendo a pátria, o dharma abre uma exceção e ainda o condecora pela quantidade de inimigos abatidos.

Podem ocorrer diversas circunstâncias em que o dharma determine algo que seja difícil ou desagradável cumprir, ou cujo cumprimento traga algum inconveniente. O ideal é que o indivíduo se flexibilize para adaptar o seu dharma pessoal ao dharma geral da nação ou da instituição a que estiver atrelado[4]. Por exemplo, um jovem prestando o serviço militar e que queira obedecer à lei universal, o karma, ao invés de declarar que se nega a matar os inimigos e acabar preso, tachado de covarde ou traidor, poderá, mais inteligentemente, pedir transferência para o serviço de enfermaria. Em vez de se chocar de frente com as normas vigentes, terá dado a volta nelas, com um bom jogo de cintura.

Vemos, então, que o karma e o dharma eventualmente podem se contradizer. Numa tribo antropófaga, o dharma é matar e canibalizar os inimigos. Na profissão de policial, o dharma pode ser atirar para matar. Em caso de guerra, o dharma é trucidar o maior número possível de soldados adversários. Porém, o karma, em todos esses casos permanece imutável e universal: determina não matar. E não apenas não matar gente.

O próprio dharma shástra de Moisés, declara solenemente em Exodus, capítulo 20: “Não matarás.” Em parte alguma está escrito “não matarás homens”. Está escrito não matarás. Portanto, ao matar animais para comer[5], você está contra o karma, que é universal, e contra o dharma, que é a lei religiosa do Cristianismo e do Judaísmo[6].

Karma é apenas uma lei de causa e efeito, do gênero “cuspiu pra cima, vai receber uma cusparada no rosto”. A pura lei do karma é simplesmente mecânica e não espiritual. Nem sequer moral. Independe de fundamentação reencarnacionista ou até mesmo teísta. Refere-se a um mecanismo da própria natureza. Uma espécie de lei da gravidade muito distante do fatalismo que lhe atribuímos.

Comparando a lei do karma com a lei da gravidade, vamos concluir que as duas têm muito em comum. Se você cospe para cima, recebe a cusparada na cara. Não foi castigo. Nenhuma divindade interrompeu seus afazeres macrocósmicos para punir o hominídeo que teria feito algo “errado”. Se você ignora a lei da gravidade e segue caminhando numa trilha em que haja um grande fosso, cairá nele. Machucar-se-á. Sendo ignorante da lei da gravidade, vai ficar se lamentando pelos ferimentos e irá atribuí-los à vontade dos deuses ou dos demônios. Precisará cair outras e outras vezes, até aprender que não está se contundindo pelo desígnio de deuses ou maus espíritos, e sim porque há uma lei natural, a lei da gravidade, que o faz cair no fosso. Aprendida a lição, ao se deparar com o buraco à sua frente, você não continuará caminhando desavisadamente em direção a ele. Vai contorná-lo, saltá-lo, colocar uma ponte ou descer o fosso por um lado e subir pelo outro. Enfim, tomará alguma medida dentre as tantas alternativas que existem para cada caso, mas não cairá mais por ignorância da lei. Com o karma, é exatamente da mesma forma.

Outra comparação do karma com a gravidade: você monta numa bicicleta e sai andando nela. Gerou o karma potencial de uma queda de bicicleta. No momento em que você para e desce do veículo, terminou o seu karma potencial de uma queda de bicicleta. Teve início um outro karma potencial, o de escorregar e cair, o que já é bem mais suave.

Tudo o que fazemos, falamos, sentimos ou pensamos gera karma. A questão é saber como ir substituindo um karma que produza resultados inconvenientes por outro que cause consequências desejáveis.

O karma se divide em três tipos: passivo, potencial e manifestado. Temos absoluto domínio sobre os dois primeiros. Essa é uma boa notícia. Você nunca imaginou que teria controle total sobre dois te0rços do seu destino! Existe uma parábola que ilustra isso muito bem. O ser humano e o seu karma são como o arqueiro com suas flechas. Na primeira etapa, as flechas estão pousadas passivamente na aljava. Esse momento representa o karma passivo, com o qual você pode fazer o que bem entender. Na segunda etapa, o arqueiro saca uma das flechas, coloca-a no arco e tensiona-o. Ele pôs em estado de alerta uma energia potencial, mas ainda tem completo domínio, pois poderá conferir mais ou menos tensão ao arco, poderá atirar nesta ou naquela direção e, ainda, poderá desistir de lançar a flecha e guardá-la novamente no coldre. A terceira etapa, é quando o arqueiro solta a flecha. A partir daí não dá para voltar atrás, não é possível sair correndo para alcançar a flecha e fazê-la parar. Nesse caso, não há como impedir que toda uma sucessão de consequências se desencadeie. Somente sobre esta última forma de karma você não terá domínio.

Na verdade, o exemplo acima não pretende expressar uma precisão matemática de que tenhamos domínio sobre exatos dois terços do nosso karma. Trata-se de uma antiga comparação para nos proporcionar uma ideia de que temos domínio perfeito sobre a maior parte do nosso futuro.

Além disso, qualquer que seja o nosso karma, a liberdade que temos sobre as formas de cumpri-lo é bastante elástica. A sensação de restrição ou impedimento é muito mais decorrente dos próprios receios de mudar e da acomodação das pessoas, do que propriamente da lei de causa e efeito.

É como se o cumprimento de um karma fosse uma viagem num transatlântico. Você está inevitavelmente dirigindo-se ao seu destino, entretanto, poderá aproveitar a jornada de diversas maneiras. Poderá cumprir o percurso relacionando-se bem ou mal com os companheiros de viagem. A bordo, terá o direito de tomar sol, nadar, ler, dançar, praticar esportes. Ou de reclamar da vida, da monotonia, do cheiro de maresia, do balanço do navio, do serviço de camarote, do tamanho da escotilha, do enjoo… Todos chegarão ao destino, de uma maneira ou de outra. Só que alguns divertir-se-ão bastante no trajeto. Outros vão sofrer. Isso deve-se preponderantemente ao temperamento de cada um e não ao karma. Este é o verdadeiro conceito de karma. O resto é complexo de culpa.


[1] Pode-se grafar Niríshwarasámkhya ou, separadamente, Niríshwara-Sámkhya, neste segundo caso para melhor entendimento do leitor não familiarizado com os termos sânscritos. Quando escrevemos Dakshinacharatántrika-Niríshwarasámkhya Yôga damos preferência a usar o hífen apenas para associar o Tantra (de linha Dakshinachara) com o Sámkhya (de linha Niríshwara), formando assim um bloco que constitui o pré-nome desse tronco de Yôga, o qual parece ser o mais antigo.

[2] Karma e dharma, transforme a sua vida faz parte de uma coleção de 40 cursos gravados em vídeo/DVD que podem ser adquiridos na Universidade de Yôga. Recomendamos que os estudantes reúnam os amigos para dividir custos e compartilhar as aulas. Chamamos a isso Grupo de Estudos. Para conhecer o conteúdo dos vídeos consulte o livro Programa do Curso Básico. Nesse livro há também instruções sobre como conduzir um Grupo de Estudos. Se quiser acessar gratuitamente na internet um resumo dessas aulas, basta entrar no site www.uni-yoga.org.

[3] O termo moral provém do latim mores, costumes. Ou seja, imoral não significa algo intrinsecamente reprovável e sim algo que não faz parte dos costumes. As pessoas não estão acostumadas com tal ou qual procedimento e, por isso, estranham-no. É interessante observar que mores, em latim, significa costumes, mas more significa estupidamente, tolamente.

[4] Uma lição a respeito de flexibilidade. O poderoso carvalho disse ao bambu: “Você é muito magrinho. Basta uma brisa para fazê-lo dobrar-se. Eu, pelo contrário, nem sinto o vento.” Certo dia, ocorreu um vendaval que derrubou o carvalho, mas não afetou o bambu, pois ele se dobrou e depois retornou à sua posição.

[5] Literatura sobre culinária e gastronomia sem carnes: Método de Boa Alimentação, deste autor; Gourmet Vegetariano, de Rosângela de Castro; La dieta del Yôga, Edgardo Caramella, Editorial Kier.

[6] “E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra, e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento.” (Genesis, cap. I, vers. 29).

quinta-feira, 15 de março de 2012 | Autor:

MEDITAÇÃO (DHYÁNA)

Meditação é uma palavra inconveniente para definir a prática chamada dhyána em sânscrito, já que essa técnica consiste em parar de pensar a fim de permitir que a consciência se expresse através de um canal mais sutil, que está acima da mente, mas o dicionário define meditar como pensar, refletir.

Na verdade, o termo dhyána pode ser usado tanto para designar o exercício de meditação, quanto o estado de consciência obtido com essa prática. Ela consiste em concentrar-se e não pensar em nada, não analisar o objeto da concentração, mas simplesmente pousar a mente nele até que ela se infiltre no objeto. “Quando o observador, o objeto observado e o ato da observação se fundem numa só coisa, isso é meditação”, dizem os Shástras. Portanto, o melhor termo em nossa língua para definir esse fenômeno é contemplação.

Por outro lado, não queremos alimentar o falso estereótipo popular de que os praticantes de Yôga sejam “contemplativos”. Assim sendo, essa palavra que melhor define dhyána torna-se inconveniente no momento atual.

Então, resta-nos uma outra designação. O estado de consciência que os britânicos do século XVIII arbitraram chamar de meditation é, na verdade, um tipo de intuição, ou seja, o mecanismo que possuímos para veicular a consciência, o qual está localizado acima do organismo mental. Intuição, todos já tivemos uma manifestação desse fenômeno, alguns mais outros menos. Trata-se de um canal que nos traz o conhecimento por via direta, sem a interferência do intelecto. Foi intuição aquele episódio familiar ou profissional no qual você sabia do fato, embora ninguém lhe tivesse dito, telefonado, escrito, telegrafado ou comunicado por meio racional algum. Simplesmente, você o sabia. Profissionalmente, academicamente, cientificamente, talvez você o tenha deixado passar por não dispor de um respaldo racional, uma do- cumentação, uma pesquisa, uma bibliografia… No entanto, se tivesse lançado mão daquele conhecimento intuicional, teria passado à frente da concorrência, teria feito uma grande descoberta científica muito além do seu tempo. Depois, bastaria procurar a documentação adequada, ou as estatísticas necessárias para fundamentar o que você já sabia – fundamentá-lo apenas para que os seus pares não pudessem questionar as suas fontes.

A intuição comum é como o flash de uma câmera fotográfica, só que não tem dimensão em termos de tempo. É um insight. Mas, sob treinamento, é possível desenvolver uma outra forma de intuição que se manifesta como o flash de uma filmadora, que acende e permanece aceso por um átimo. Chamamos a esse fenômeno intuição linear, quando conseguimos manter a intuição fluindo voluntariamente por um segundo inteiro – ou mais. Essa é a definição perfeita para o termo sânscrito dhyána.

Porém, não podemos usá-lo, já que ninguém saberia a que queríamos nos referir. Somos, portanto, obrigados a voltar para a opção inicial e utilizar mesmo o vocábulo meditação, pois, embora inexato, é aceito universalmente, inclusive na Índia.

QUASE NINGUÉM SABE O QUE É MEDITAÇÃO

 

Por outro lado, quase ninguém sabe o que é meditação. Nem no Ocidente, nem no Oriente. São poucos os Mestres que sabem de que estão falando e menos ainda são os discípulos que os compreendem.

Muita gente acha que meditar é reduzir a consciência, mas é o contrário. É aumentá-la, é expandi-la, é adquirir mais lucidez. Por isso, seu veículo é chamado superconsciente.

Há muitos grupos de meditação que não sabem explicar o que fazer para atingir esse estado expandido de consciência e mandam simplesmente você se sentar e ficar quieto.

DESPERTE!

Já escutei um orientador declarar que “quando termino de dar meditação, as pessoas despertam mais felizes e relaxadas” (!) Como assim despertam? Por acaso estavam dormindo? É exatamente o contrário. Quando alguém entra em meditação sente como se tivesse estado a dormir por toda a sua vida e agora, na meditação, tivesse acordado. Meditar é o despertar. Não meditar ou terminar a meditação e voltar ao estado mental é entrar num processo de hibernação da consciência. É como blindar a lucidez com uma pesada armadura de lógica e raciocínio.

Lembro-me de uma “professora” que me visitou há mais de 20 anos, querendo dar aulas de meditação na minha escola. Por uma questão de cortesia, procurei dar-lhe um pouco de atenção e perguntei qual era a sua linha. Ela me respondeu que era de todas. Bem, a partir daí, percebi que não tinha conhecimento algum, pois uma pessoa não pode ser de todas as linhas, uma vez que elas são antagônicas. Então, perguntei como era o seu método. Respondeu-me que mandava a pessoa sentar-se, fechar os olhos e meditar. “Sim – questionei –, isso é o que o praticante faz com o corpo. Mas e para meditar, qual é a técnica?” Ela repetia a mesma fórmula e quanto mais eu procurava entender, mais irritada ficava, pois, simplesmente, não sabia o que dizer. Conseguia enganar um leigo, no entanto, ao perceber-se defrontada com uma pessoa que conhecia o assunto, tornara-se acuada.

MEDITAÇÃO É UMA TÉCNICA?

Há cerca de 30 anos eu participava de um programa semanal na TV Bandeirantes e sempre no mesmo dia, todas as terças-feiras, também dissertava o conceituado filósofo brasileiro Huberto Rodhen. Embora meu amigo pessoal, no programa nós defendíamos pontos de vista divergentes sobre a meditação. Rodhen, notável espiritualista, não podia admitir que uma prática “espiritual” (no seu entender) pudesse ser alavancada por uma simples técnica. Então, todas as terças-feiras ele ia ao ar antes de mim e me alfinetava:

– Tem gente que diz que é possível alcançar a meditação por meio de técnica. Isso não é admissível, pois a espiritualidade não se conquista com técnicas, mas por merecimento.

E, todas as terças-feiras eu ia ao ar logo em seguida e rebatia elegantemente, sem discordar abertamente, mas ensinando:

– Bem, vamos agora praticar a técnica de meditação que o Yôga milenar transmite há séculos, com inquestionável sucesso.

Depois, terminado o programa, ríamos de nossas divergências filosóficas e íamos juntos tomar um chá. Sempre respeitei muito esse que considero o maior filósofo brasileiro, um dos mais relevantes do século passado. Relato aqui esta história para exemplificar que discordâncias fundamentalistas não devem tornar os debatedores inimigos entre si.

MEDITAÇÃO É PARTE DO YÔGA

Meditação (dhyána) é parte integrante do acervo de técnicas do Yôga. Sacar a meditação do seu contexto não é recomendável. Sem as demais técnicas do Yôga, tentar meditar pode ser prejudicial. A meditação surgiu dentro do Yôga, porém, várias correntes filosóficas apoderaram-se somente dessa parte e desprezaram as outras que lhe dariam suporte. Resultado: (a) sem as demais técnicas torna-se bem mais difícil meditar; e (b) se conseguir meditar isso poderá ser mais prejudicial do que útil. Vamos tentar explicar de duas formas.

Primeiro exemplo

Imagine uma pessoa que pratique esportes. Essa pessoa desenvolve toda a musculatura do corpo de forma equilibrada, ou quase. Mas o que ocorreria se um desportista resolvesse só exercitar braço e não pernas, nem tórax, nem abdômen, nem dorsais, e pior: só um braço? Praticaria rosca de bíceps com cada vez mais peso só com o seu braço direito, para poder exibi-lo na praia. O resultado cultivaria um aleijão, com perninhas de periquito, barriguinha de chopp e um braço mais forte que o outro como um caranguejo patola ou uma vítima de elefantíase. Se não tivesse feito nenhum exercício físico poderia estar fora de forma, poderia ser magrela ou gorducho, mas sempre tenderia a uma certa harmonia dentro do seu biotipo. Não seria uma anomalia.

Quando alguém pratica só um anga, por exemplo, só meditação, ou só mantra, ou só ásana etc., o resultado é o desequilíbrio como o do exemplo acima. Melhor seria não praticar nada, pois, nesse caso, a natureza manteria uma relativa harmonia de conjunto.

Segundo exemplo

A meditação é o fenômeno produzido pelo funcionamento do ájña chakra, situado entre as sobrancelhas. Os chakras, como estudaremos no respectivo capítulo, são dinamizados pelo influxo da kundaliní. Logo, se o praticante não preparar seu sistema biológico para que a energia formidável da kundaliní ascenda gradualmente, chakra após chakra, até o ájña, a energia não conseguirá subir, o que equivale a dizer que o praticante não conseguirá meditar. Poderá iludir-se e pensar que está meditando, mas não estará. E se insistir muito, durante muito tempo, e acabar conseguindo atrair a energia para esse chakra, pior ainda. Pois a energia da kundaliní é física e deverá fluir medula espinhal acima, por dentro de meridianos de força que precisam estar perfeitamente desobstruídos, através de uma coluna vertebral flexível e mediante uma série de outros cuidados. Tal energia não poderá sair pelo lado de fora do corpo, por onde não existe a anatomia dos canais de vascularização pránica, e chegar ao ájña; nem poderá aparecer nes- se chakra por um toque de mágica.

Se a insistência em fazer meditação criar uma sucção da kundaliní na região da cabeça e essa energia for forçada a subir sem que haja canais desobstruídos, ela o fará rompendo e queimando tudo o que encontrar pela frente. Poderá, ainda, romper algum duto e vazar, destruindo os tecidos dos órgãos adjacentes. Nesse caso, ocorreriam distúrbios no sistema nervoso e outros.

MEDITANTES QUE NÃO PRATICAM YÔGA

Foi feita uma pesquisa nos Estados Unidos com meditantes que não praticavam Yôga, mas eram adeptos de grupos, seitas ou associações de meditação. O resultado foi estarrecedor. Mais de 99% apresentavam distúrbios psiquiátricos seriíssimos. No entanto, os pesquisadores confessaram que ocorrera um erro no controle da experiência. Não conseguiram detectar se tais sujets já tinham anteriormente distúrbios e por isso foram procurar coisas estranhas e exóticas para praticar, ou se foram essas práticas que os conduziram a estados patológicos. A boa notícia é que no grupo que praticava meditação como parte do Yôga, menos de 1% apresentou problemas.

Shivánanda explica em seu livro Autobiografia, na página 102: “o desenvolvimento unilateral não é muito benéfico”; e na página 142: “um desenvolvimento unilateral não o ajudará”. Portanto, cultivar um desenvolvimento só com ásana, só com mantra, só com meditação etc., não é recomendável. Não se deve praticar um fragmento de Yôga ou um Yôga truncado. É recomendável praticar todos os angas.

Se você pratica Yôga, observe que se praticar um minuto cada anga do Yôga Antigo (mudrá, pújá, mantra, pránáyáma, kriyá, ásana, yôganidrá e samyama) terá realizado uma prática de oito minutos. Com um minuto de meditação (realizada no anga samyama) você terá conseguido meditar com muito mais facilidade e terá ido muito mais fundo. No entanto, você que pratica Yôga, no dia em que resolver não realizar uma prática completa em oito partes, mas só meditar, verificará que mesmo com dez vezes mais tempo investido na meditação, encontrará muito mais dificuldade para galgar esse estado e se o conseguir, ele será mais superficial. Conclusão, a meditação é mesmo parte de um contexto e não deve ser praticada fora dele.

A PARÁBOLA DA LAGOA

No fundo da lagoa que abastecia de água a aldeia Vajrakutir, havia um diamante. Dois homens resolveram procurar a valiosa gema observando a partir da superfície. A face norte da lagoa era assolada por ventos que encrespavam a superfície das águas. Do outro lado, na face sul, as montanhas protegiam-na dos ventos e a superfície era serena. Assim, o homem que tentou ver o fundo da lagoa pelo norte nada enxergou, pois havia uma barreira de turbulência entre ele e a pedra preciosa. Mas o que divisou pelo sul, conseguiu ver o fundo da lagoa e o tesouro que lá estava.

A lagoa é a mente. O diamante é o Púrusha, o Self, a Mônada. A superfície encrespada é a turbulência das ondas mentais (chitta vritti). A superfície serena corresponde à supressão da instabilidade da consciência (chitta vritti nirôdhah).

quinta-feira, 30 de junho de 2011 | Autor:

Não sinta inveja dos profissionais mais bem sucedidos, você que é instrutor de ióga. Não sinta tanto ódio de outro instrutor só porque ele ensina uma modalidade de Yôga diferente da sua ou porque manifesta uma opinião diferente. Se você não gosta da nossa modalidade, ninguém o obriga a praticá-la. Se não gosta dos nossos livros, ninguém o obriga a lê-los. Faça o seu trabalho e deixe-nos fazer o nosso. Se você acredita na modalidade que ensina, nós também acreditamos na nossa. Alguma vez nos ouviu falar mal de você? Alguma vez saímos do nosso canto para ir insultá-lo ou tentar impedi-lo de trabalhar? Então, porque tanto ódio e tanta agressão? Um instrutor de ióga não deveria manifestar esses sentimentos tão baixos. O que os seus alunos pensariam de você, da sua legitimidade para ensinar esta filosofia ou da autenticidade da sua ióga se soubessem o que você apronta contra nós?

E quanto aos praticantes: se qualquer pessoa normal se inscreve em uma escola de idiomas, ou de dança, ou de informática, ou de qualquer coisa e não gosta dela, qualquer pessoa normal pede o dinheiro de volta, sai dessa escola e adeus. Nunca mais volta lá. Uma pessoa que não gostasse de uma escola de idiomas, ou de dança, ou de informática, ou de qualquer coisa e que passasse a dedicar a sua vida a atacá-la sistematicamente , insultá-la, agredi-la, difamá-la, anos a fio e até por décadas, se alguém agisse assim não seria uma pessoa normal, nem equilibrada, nem do bem. Mas se tal pessoa fizesse isso declarando-se praticante de uma filosofia que propõe evolução interior e espiritualidade, então causaria espanto e indignação em quem o testemunhasse!

E, com toda a certeza, quem escutasse ou testemunhasse suas baixarias se voltaria contra o agressor e defenderia o agredido. Porque o ser humano é assim: no fundo, tem bom coração.

Alguns declaram que nos atacam pelo que escrevemos em nossos livros, mas isso não justificaria tanto ódio e agressões. Além do mais, é uma desculpa esfarrapada para buscar pretexto, pois tudo isso começou muito antes que publicássemos nosso primeiro livro, na década de 1960!

Complemente o presente artigo com a leitura destes dois posts:
O apoio da Imprensa“; e “Intolerância“.
Depois, cada um deles remete a uma série de links
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Um profissional seja do ramo que o for, se ataca a um outro para mim só há dois motivos: despeito por saber que o outro é melhor do que ele mesmo, ou insegurança em relação ao seu próprio trabalho, precisando diminuir o outro para poder sentir-se um pouco mais apto.
Bjs
Regina Wiese Zarling (Bombinhas – SC)

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É uma pena que exista tanta animosidade entre Shivaístas e Vishnuístas, mesmo na Índia. Um indiano muito culto certa vez me disse que hoje eles “concordaram em discordar” mas que no passado o clima já foi mais hostil.

Rafael Anschau

 

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Simplesmente não sabem o que estão falando e apenas ficam repassando boatos. Perdem a oportunidade de conhecer um trabalho sério e de fazer parte de uma egrégora maravilhosa. Fico feliz por ter tido a oportunidade de conhecer e fazer minha escolha.

Roberta (Unidade Moema do Método DeRose, São Paulo)

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Mais uma vez sintonia!!

Na semana passada veio fazer uma aula comigo uma médica psiquiatra que há muitos anos atrás fez ióga AYPAR, Associação de Yóga do Paraná.

Ela me disse que teve de vencer o preconceito para praticar uma das minhas aulas pois desde aquele tempo, nutria uma grande desconfiança em relação ao Nosso Método. Disse que sempre ouvia falar mal de nós naquele lugar, mas por outro lado via nossos praticantes felizes, fazendo posições extremamente fortes em mostras públicas e que aquilo não se encaixava na sua cabeça.

Depois da aula, fui conversar com ela e esta me revelou que estava surpresa, que tudo o que sempre ouvira a nosso respeito não fazia sentido, que viu que nosso trabalho é sério e que agora, até mesmo ela vai recomendá-lo.

Fiquei feliz por poder defender você e toda a Nossa Cultura com o que de mais precioso você ensina: manter a ética, a civilidade, a seriedade no trato com esta tão nobre filosofia que escolhi como estilo de vida e profissão.

Mais uma vez obrigada por me ensinar tanto! Tenha a certeza que continuarei sendo uma fiel defensora da nossa estirpe.

Milhões de beijinhos,

Instra. Cris Volter
Luis Eduardo Magalhães – BA

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Além de ser incompreensível um trabalhador desta modalidade sentir ódio por quem quer que seja, considero uma tremenda burrice se opor a profissionais da mesma área, pois além de perder alunos, está denegrindo sua própria ética perante a opinião pública.

Rafael Schoenfelder
Curitiba Pr

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Oi Mestre Queridão!
Olhe este vídeo sensacional:

httpv://www.youtube.com/watch?v=pY4FCKlQISA

BeijosCaki

Camila Cabete – Caki Books – Rio de Janeiro

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Estimado Mestre de Rose,

Começo por lhe dizer que antes de chegar ao seu metodo passei por outras 3 correntes e que em nenhuma delas me revi. Quis deixar o meu post neste tema em especifico, porque eu vivenciei pessoalmente esta experiencia.
Em tempos frequentei uma outra escola e ao fim de pouco tempo comecei a ouvir falar mal do Método DeRose, pior ainda verifiquei que os alunos que vinham de escolas do Metodo DeRose eram discriminados. Ao principio não percebi muito bem o que é que se passava, mas um dia um aluno disse-o abertamente: “o Mestre DeRose é o arqui-inimigo do Mestre fulano de tal.” Eu fiquei a pensar se seria brincadeira (já que arqui-inimigos para mim é conversa de banda desenhada) infelizmente não era. Ora a partir daí comecei a ficar desconfiada daqueles profissionais porque, se por um lado são adeptos da harmonia, não violencia, etc por outro têm um arqui-inimigo num outro profissional do ramo. Aquilo não podia ser, era uma incongruência enorme. Comecei a buscar informação sobre o seu Método e concluí, quem era afinal o verdadeiro profissional de Yôga. Assim sendo e em jeito de conclusão agradeço a essas pessoas por me terem permitido conhecer o Método DeRose assim como o seu Mestre, filosofia com o qual me identifico plenamente.

Um grande abraço
Ines Sousa

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O bom disso tudo é que, assim como eu, outras pessoas foram curiosas para conhecer o tão falado Método DeRose e se apaixonaram!

Beijos.
Leilane

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É por isso que eu agradeço com sinceridade aos que têm a gentileza de divulgar o meu nome, de graça, ao veicular maledicências. Sem eles, eu não seria tão conhecido, não venderia tantos livros e não teria pessoas incríveis como você. DeRose.

segunda-feira, 22 de junho de 2009 | Autor:

Uma iniciativa que me deu muita satisfação foi marcar almoços em várias cidades com professores de diferentes linhas de Yoga. Em muitos casos, nem nos conhecíamos pessoalmente. Noutros, conhecíamo-nos, mas nunca havíamos tido oportunidade de sentar e conversar. Foi uma experiência muito gratificante para ambas as partes. Todos os que aceitaram meu convite foram muito cordiais e pudemos desfazer alguma imagem equivocada que ambos pudéssemos ter alimentado, um em relação ao outro. Em todos os almoços trocamos presentes, palavras sinceras de carinho e admiração recíproca, e longos abraços emocionados. Atos de conciliação fazem muito bem a todas as pessoas de boa-fé. As de má-fé recusam.

Num dos casos, tive a honra de almoçar em Curitiba com o Prof. Ulyssea e sua muito querida esposa. Depois da refeição, ficamos conversando longamente de mãos dadas, como velhos amigos que de fato somos. Num arroubo de humildade, aquele gigante de sabedoria e de espiritualidade beijou a minha mão como a me abençoar. Retribui da mesma forma, só que a pedir sua bênção, e muito comovido com o gesto daquele grande homem que tinha idade para ser meu pai.

Ontem fui informado de que o Prof. Ulyssea acaba de falecer. Nosso almoço teve um valor ainda maior, porque foi um reencontro, depois de trinta anos afastados, e uma despedida condigna. Interessante que o meu amigo Ulyssea me perguntou por que eu havia marcado o almoço com ele e se por acaso eu estava doente. Correu a notícia em Curitiba de que eu estava almoçando com os professores de outras linhas porque eu me encontrava mal e estaria querendo me despedir antes de partir. Na verdade, como, apesar da minha idade, eu ainda sou menos idoso do que alguns que já comemoram mais de oitenta primaveras, minha intenção, além da simples cortesia, era revê-los e abraçá-los enquanto ainda estamos todos por aqui.

Que o irmão Ulyssea seja conduzido aos mais elevados planos da espiritualidade que ele bem merece pela obra imortal que realizou no estado do Paraná, pela Universidade por cuja edificação e reconhecimento lutou durante toda a sua vida. Que nos planos celestiais, o Grande Arquiteto do Universo lhe conceda a reitoria da mais excelsa Universidade do Espírito.

segunda-feira, 6 de abril de 2009 | Autor:

O Hinduísmo é constituído por seis darshanas (pontos de vista). Dois desses pontos de vista são filosofias teóricas que podem ser aplicadas para fundamentar a nossa filosofia prática:

Vêdánta, espiritualista, que teve seu apogeu no período medieval da Índia; e

Sámkhya, naturalista, que teve seu apogeu na antiguidade Clássica e Pré-Clássica. Nossa fundamentação é Pré-Clássica, logo, ela é baseada na filosofia Sámkhya – naturalista.

Na verdade, esses dois pontos de vista podem parecer antagônicos (e o são mesmo se os analisarmos por uma ótica externa), mas, para o filósofo que os conheça bem, não há contradição intrínseca entre eles. O primeiro parte do princípio de que tudo é espiritual em diferentes níveis de densificação até chegar aos patamares mental, emocional, energético e físico denso. O segundo, parte do princípio de que tudo é matéria em diferentes níveis de sutilização, até alcançar os patamares energético, emocional, mental e os que estão acima dele.

Espiritualismo é uma coisa e espiritualidade é outra. A espiritualidade é um patrimônio do ser humano. Qualquer vertente da Nossa Cultura, de qualquer modalidade, desde que autêntica, desenvolve a espiritualidade.

Contudo…

A espiritualidade é uma função biológica. É como a digestão. Todos a temos: uns, melhor; outros, nem tanto. Nossa Cultura a aprimora. Contudo, ficar com fixação sobre isso é sinal de distúrbio psicológico. Você só pensa na sua digestão quando ela não está funcionando bem. É a mesma coisa com a espiritualidade. Imagine alguém lendo livros sobre digestão, indo a conferências sobre digestão, debatendo sobre digestão e seguindo Mestres de digestão! Essa pessoa deve ser doente da função digestiva… Quem assiste a palestras sobre espiritualidade, lê livros sobre esse tema, debate-o, ou segue Mestres espirituais, por analogia, também deve ser uma pessoa doente da espiritualidade. Caso contrário, desfrutaria dela com naturalidade e a aprimoraria com discrição.

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