sábado, 15 de outubro de 2016 | Autor:

Em 2011, eu havia comprado um automóvel Mercedes Benz novinho em folha. Logo na primeira semana da compra, quando o veículo ainda está com aquele cheirinho bom de saído da fábrica, minha secretária veio falar comigo com uma fisionomia de indisfarçável constrangimento e me confessou, meio insegura: “DeRose, eu fui sair da minha vaga na garagem e bati no seu carro novo.” Não sei se ela esperava que eu reagisse com a neurose que afeta todos os proprietários de automóveis no mundo todo. Talvez imaginasse, eu deveria fazer uma cena e brigar com ela. Pelo menos fazer uma cara feia e expressar uma exclamação de aborrecimento. Mas a minha reação foi dizer-lhe simplesmente: “Tudo bem. Depois, mandamos para o conserto.” Pude testemunhar seu suspiro de alívio, a fisionomia de felicidade e uma lágrima de emoção que ela tentou disfarçar.
Também por conhecer as leis que regem o universo, sempre dei boas gorjetas e contribuições para entidades que fazem um trabalho humanitário sério. Dinheiro é importante, mas é preciso lidar com ele sob a égide do desapego. Quanto mais apegado for, mais ele foge de você.
Eu acabei obtendo muito sucesso na vida, inclusive financeiro. Ensino meus supervisionados a ganhar bem, porque isso é fundamental para sua dignidade como ser humano, sua saúde, segurança para o caso de um acidente, ou doença e mesmo para a velhice. “Vencer na vida” é importante para os seus familiares e para contar com o respeito das pessoas. Contudo, ser dinheirista, mercantilista, apegado ao nobre metal constitui um defeito que espero evitar nos que seguem a nossa proposta profissional.

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